sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ética Maquievélica

Como sabemos, a Democracia para Maquievel no seu "O Príncipe", era consumada com o alcance do poder e a sua manutenção. Os fins justificariam os meios. Claro, que isto foi no século XVI.

Mas também é claro, que vamos conhecendo democratas que só pensam em chapeladas eleitorais e, uma vez no poder, parecem lapas agarradas às rochas na rebentação das ondas.

1. pouco, tivemos um candidato que para se manter no seu lugar apelou ao voto, dramatizando que se não fosse eleito à primeira volta, o País seria prejudicado economicamente. O povo correspondeu.

2. Hoje, foi outro candidato que com a dupla finalidade de afastar os concorrentes internos e se manter no poder, dramatizou:

“As crises políticas e a instabilidade política deitarão por terra aquilo que é o esforço dos portugueses, é por isso que a estabilidade é fundamental para enfrentar os desafios e as dificuldades, é fundamental para respeitar aquilo que foi a vontade dos portugueses”.

Assim vai a democracia!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Questão de pronomes

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A crise: Feitos os PEC(s) [Planos de Estabilidade e Crescimento (sem crescimento, já se sabe)], Os orçamentos de contenção, exarcebados os Desígnios Nacionais de manter a estabilidade política, ouvimos quem manda:
- Vão ser necessários sacrifícios, para vencer a crise.

E todos (chefes e patrões, políticos e gestores, assalariados públicos e privados, no activo, na reserva, na reforma, desempregados e sobreviventes das prestações sociais), em uníssono:
- Pois que seja. Façam-se sacrifícios, façamos sacrifícios.

E é agora que surgimos nós, que se conjuga o vós, que vêm eles.

- Faremos sacrifícios, tu e eles.

- Depois vireis vós, (tu, e eles) que tereis cortes nos salários. Bem, se tu, fizeres como eu, que nisto de cortes fico de fora, ficam eles, o que resta de nós.

- Logo, a bem da nação haveremos de concluir: Eles que tenham cortes, eles que paguem a crise.

Depois de tantas excepções, umas encapotadas outras descaradas, aos cortes nos rendimentos, agora confirmou-se outra: Os senhores deputados que tinham votado a redução do seu salário em 15%, acompanhando os sacrifícios impostos aos funcionários públicos, votaram, simultaneamente, o aumento das suas despesas de representação em 20% .

Digam lá se eles, e agora vistos daqui (não são eu, nem tu, nem nós ou vós) não são espertos!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vozes desafinadas

Mário Crespo e Medina Carreira suspensos!

A SIC Notícias decidiu suspender o programa Plano Inclinado.

Apetece-me dizer: No me creo en brujas, pero que las hay, las hay.

* Quando, em nome da crise, os dois maiores partidos se aproximam para concertarem medidas, aprovarem PEC(s) e votarem orçamentos, uns e outros constrangedores para os rendimentos do trabalho, dos direitos das populações mais fracas e dos serviços e prestações sociais;

* Quando a corrida ao endividamento continua, inexoravelmente, dia após dia e cada vez mais gravosa, sem que se pressintam medidas que permitam impedir o seu crescimento e viabilizar a sua amortização.

.* Quando, como disse no post anterior, a coberto de desculpas ínvias, se mantêm os salários exorbitantes e demais mordomias de gestores de empresas públicas, cujos conhecimentos e competências não teriam evitado a falência da maior parte delas, caso não tivessem essa qualidade de públicas.

* Quando ... é a própria sobrevivência do regime democrático que está em causa e, o próprio problema já extravasa a política e se transforma em aritmética.

Sao cada vez mais necessárias oposições fortes ao poder estabelecido, seja ele qual for, e sobretudo é imprescindível continuar a ouvirem-se as vozes avisadas que ousam dizer abertamente o que pensam e apontam caminhos.

Confesso que não sou, pessoalmente, um adepto da forma como o prof. Henrique Medina Carreira, extravasa a sua opinião. Mas, mesmo que com ela não concordasse de todo, ainda assim continuaria a considerá-la essencial à saúde da nossa democracia, que só deve sobreviver com a coexistência de vozes incómodas.
Notícia aqui

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dupond e Dupont

 Mais um artigo cheio de humor e sentido crítico de Mannuel António Pina:

«PS e PSD juntaram-se de novo no Parlamento, desta vez para impedir limites aos vencimentos dos gestores públicos.
Gestores públicos é um eufemismo usado para designar "boys" e "girls", em geral sem mais qualificações para gerirem o que quer que seja do que a sua disponibilidade para serem geridos. E se há assunto em que PS e PSD estão de acordo, além de que os pobres é que devem pagar as crises provocadas pelos ricos, é o da protecção dos "seus".

Embora não pareça, há no entanto diferenças entre PS e PSD. Por exemplo, o PS quer despedimentos fáceis & baratos para estimular "o emprego" enquanto o PSD também quer despedimentos fáceis & baratos mas para estimular "a economia". Para quem for despedido é igual, mas visto do lado do PS e PSD é muito diferente.
(...) um o do Sr. Mata outro o do Sr. Esfola.

É assim que PS e PSD conseguem o milagre de estar em desacordo fazendo exactamente o mesmo
Aqui

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

cidadão da acrópole!

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Diz Freitas do Amaral:
"O destino dos governos minoritários é, normalmente, acabarem por ser derrubados por uma moção de censura, votada por sectores diversos da oposição".

Esta frase, - que é uma evidência de La Palisse, até porque sabemos que se o governo é maioritário não há moção de censura que vingue e, sendo minoritário, não serão os sectores que o apoiam que a irão votar, -teve grande repercursão nos media.

Sabemos ainda que, ultimamente em Portugal, os governos minoritários (com excepção do chefiado por Santana Lopes) apenas têm caído de podres, por sucederem a governos de maioria com o mesmo chefe de governo e sustentados pelo(s) mesmo(s) partido(s),

Então, se assim é, por que razão esta evidência teve tanto eco nos mass media?
Será que já nem interessa o que se diz, mas sim quem o diz?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

utopias

Diz o cronista, Pedro Santos Guerreiro - negociosonline, sobre o sucedido no Egipto:

"Reconstruir

Uma revolta cumpriu-se em 17 dias. A fúria arrebatadora dizimou um edifício que, pelo hábito de o vermos, nos parecia cristalizado para sempre. Mas uma revolta cumpriu-se em 17 dias. A liberdade ainda não venceu, vai demorar e vai doer, mas a clausura já perdeu.(...)"

Também desejava que viesse aí a liberdade compensar o arrebatador sonho dos egípcios, mas no fundo, temo que venha algo pior. Receio profundamente que de uma ditadura política, se passe para outra, mas acrescida de clautrofobia social, ditadura de costumes, de usos, de crença e religião, de regulamentação de sentimentos e vida privada.

Temo que tudo se faça em nome da fé e da sua propagação. Enfim, Alá é grande

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Crise para alguns!

Assim vai a redistribuição da riqueza, da contribuição e do esforço para combater a crise!

"Sucedem-se as notícias sobre os efeitos da crise em 2010. Uma delas diz que os quatro maiores bancos conseguiram manter o patamar de lucros: os mesmo 1400 milhões de euros que já tinham somado em 2009. Mas os nossos banqueiros conseguiram também pagar menos impostos: uma poupança de 168 milhões. Rima na perfeição com a austeridade que o regime impôs a quase todos os outros, cidadãos ou empresas: mais impostos e menos dinheiro no bolso ou em caixa."

Rafael Barbosa, in JN

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Greve de sexo para impasse político belga

Nalguns lados, são piores que lapas agarradas ao poder (Basta ver o que se passa na Tunísia, no Egipto, em...).
Noutros, nem por isso:

No Reino dos belgas, há mais de 242 dias que não há governo. Flamengos e Valões não chegam a acordo depois dos cidadãos terem exercido o dever cívico nas eleições de junho do ano passado.

Para resolver o impasse a senadora socialista e ginecologista Marleen Temmerman, sugere: - A ideia é avançarmos para uma greve de sexo até termos um governo... "».
(E não é que enquanto publicava este texto,  Hosni Mubarak sempre se decidiu ir passear para outro lado)
Na política, como nas demais coisas da vida, quando o empenho peca por demasia, escorregamos na poesia de Henrique O'Neill.

Um moleiro e um carvoeiro;

Travaram-se de razões;
Era um da cor da neve;
Outro da cor dos carvões.
Cada qual deles teimava
Que o outro mais sujo estava;
Tinham ambos a mão leve,
Choveram os bofetões.

E qual foi o resultado?
Um ao outro se sujou;
Pois ficou,
O carvoeiro, empoado;
E o moleiro, Enfarruscado.

Assim fazem as comadres,
Se começam a ralhar;
Assim fazem os compadres,
Se a política os separa.
Cada qual sem se limpar,
Consegue o outro sujar;
Nem é isso é coisa rara.

Henrique O'Neill (1819-1889)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Alternativas energéticas


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Vai ser instalada uma Torre eólica flutuante em Portugal.
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O secretário de Estado da Energia e Inovação, disse que a produção de energia vai avançar para o mar, pois a costa portuguesa tem um grande potencial energético, com muito sol e muito vento, embora o mar seja muito profundo e turbulento.

domingo, 6 de fevereiro de 2011


Os bebés vão passar a nascer contribuintes. Melhor, vamos ficcionar que o são, pois vão ter de passar a ter número de contribuinte.

É que, os sujeitos passivos que têm no seu agregado familiar dependentes, têm de apresentar as facturas em seu nome e com os respectivos números de identificação fiscal. De outro modo, não serão aceites as deduções a título de despesas de saúde, educação ou outras.


sábado, 5 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sempre os pobres

muito que o que vale é a mensagem. Já se atribui a S. Tomás de Aquino, a frase: "Não olhes para o que eu digo mas sim para o que eu faço".
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A notícia vem aqui.
"Viagem do papa ao Reino Unido, em Setembro do ano passado, foi financiada em parte por fundos da ajuda aos países pobres."
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Na senda da mensagem:
"A Igreja Católica convida a todos, e especialmente àqueles que detêm cargos de responsabilidade pública, para se forçarem a ter uma moral mais robusta e sentido de justiça e legalidade", disse o número dois do Papa Bento XVI. (referindo-se a Berkusconi, outro impoluto) aqui

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Um livro indisponível é um pedaço de memória que se perde, uma parte do património que se apaga e uma obra de arte que se esquece de si mesma”, afirmou o ministro da Cultura, Fréderic Miterrand, citado pelo jornal El Mundo.

A França vai digitalizar, nos próximos cinco anos, meio milhão e meio de livros que actualmente não se encontram disponíveis em edições impressas.

As obras ficarão acessíveis no site do projecto Gallica, da Biblioteca Nacional de França.
notícia, aqui.

Continuam a lançar os dados.....