Um moleiro e um carvoeiro;
Era um da cor da neve;
Outro da cor dos carvões.
Cada qual deles teimavaOutro da cor dos carvões.
Que o outro mais sujo estava;
Tinham ambos a mão leve,
Choveram os bofetões.
E qual foi o resultado?
Um ao outro se sujou;
Pois ficou,
O carvoeiro, empoado;
E o moleiro, Enfarruscado.
Assim fazem as comadres,
Se começam a ralhar;
Assim fazem os compadres,
Se a política os separa.
Cada qual sem se limpar,
Consegue o outro sujar;
Nem é isso é coisa rara.Henrique O'Neill (1819-1889)
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