"O romancista canadiano Howard Engel levantou-se, fez o pequeno almoço e apanhou o jornal à porta de casa.
Um instante depois, olhou para a página principal do Toronto Globe and Mail e teve a sensação de estar a ler um jornal “em servo-croata ou coreano”, uma língua que nunca tinha visto e não reconhecia. Apesar de ter demorado a perceber, Engel tinha perdido subitamente a capacidade para reconhecer as letras.
Um instante depois, olhou para a página principal do Toronto Globe and Mail e teve a sensação de estar a ler um jornal “em servo-croata ou coreano”, uma língua que nunca tinha visto e não reconhecia. Apesar de ter demorado a perceber, Engel tinha perdido subitamente a capacidade para reconhecer as letras.
Este quadro, conhecido como “alexia” ou “cegueira das palavras”, caracteriza-se pela perda total da capacidade de reconhecer visualmente a escrita e, no seu caso, tinha sido causado por um ictus cerebral. Uma vez superado o choque, o dano cerebral permaneceu e Engel pensou que a sua vida como escritor de romances policiais tinha terminado para sempre.
No entanto, e para sua própria surpresa, Engel não tardou a descobrir que tinha perdido a sua faculdade de ler mas não a sua capacidade para escrever. Se descrevia com a mão o traço de uma letra sobre um papel, por exemplo, era capaz de entender o seu significado e recuperar o sentido da escrita.
No entanto, e para sua própria surpresa, Engel não tardou a descobrir que tinha perdido a sua faculdade de ler mas não a sua capacidade para escrever. Se descrevia com a mão o traço de uma letra sobre um papel, por exemplo, era capaz de entender o seu significado e recuperar o sentido da escrita.
Depois daquele episódio, Engel foi capaz de escrever um par de livros, num dos quais descreve a peripécia de um personagem que passa pela mesma situação (The Man Who Couldn't read). Retirado daqui"