quarta-feira, 16 de junho de 2010


Em tempos de crise, as famílias restrigem as despesas e algumas há que deixam de pagar a prestação e até vendem alguns bens, para sobreviverem. (esta expressão é uma generalidade, pois sabemos que também as há que não dão conta da crise). Diz-se, "vão-se os anéis, salvem-se os dedos".

Também os Estados não passam ao lado da crise e, para combater os seus défices e solver dívidas externas, vendem bens e privatizam Serviços e Empresas, como sabemos. Para uns demasiado, para outros nem tanto.

A este propósito, cito uma passagem de Saramago, que tem tanto de interessante e actual, como de peculiar. (e vai sem ofensa)

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148

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