sábado, 23 de maio de 2009
Desanimar por vezes, desistir nunca
"Jamais fique completamente ocioso. Leia, ou escreva, ou reze, ou pense, ou dedique-se a algo para o bem de todos." Tomás de Kempis
quarta-feira, 20 de maio de 2009
“Alma da Toga”, Osório y Galhardo
“(…) Durante milénios, a defesa das pessoas que, por regra, não tinham capacidade de argumentar a seu favor, foi assegurada por homens respeitáveis e generosos, gratuitamente, sem outra compensação que não fosse o desejo de ajudar os fracos e servir a justiça. Sendo então o direito o produto da vontade ou do capricho do senhor, que assumia, muitas vezes ele próprio, as funções de julgador, esses nossos antepassados tinham de gozar de prestígio social e de crédito moral suficiente para serem ouvidos. Por isso o “advogado” antigo – estou a falar do Egipto, da Grécia, do Império persa e babilónico de há 3/4.000 anos – tinha como apanágio a honra, a respeitabilidade, a compostura e a eloquência, visto não lhes ser exigido o conhecimento do direito. Esse perfil moral continua a ser indispensável, e cada vez com mais rigor, porque a nossa sociedade está a esvaziar-se dos grandes princípios éticos e a mercenarizar a vida, incluindo a advocacia.(…)”
Na Conferência Duas Culturas – O Direito face à Economia, extracto da intervenção, O Advogado e a Sociedade, proferida por António Arnaut, no âmbito das comemorações do Dia do Advogado, Portalegre, 18 de Maio de 2009.
Na Conferência Duas Culturas – O Direito face à Economia, extracto da intervenção, O Advogado e a Sociedade, proferida por António Arnaut, no âmbito das comemorações do Dia do Advogado, Portalegre, 18 de Maio de 2009.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Bocage e o ladrão
Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal. Era um ladrão que tentava levar os seus patos de estimação. Aproximou-se vagarosamente, surpreendeu o indivíduo ao tentar pular o muro e disse-lhe:
- Ó bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando os meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e fá-lo-ei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz...
- Senhor, afinal levo ou deixo os patos? (perguntou o ladrão atónito, sem nada ter percebido).
(Manuel Maria Barbosa du Bocage)
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Inteligência e presunção
“O maior prazer de um homem inteligente é fazer de idiota, diante de um idiota que faz de inteligente”.
O idiota
Conta-se que numa pequena localidade do interior, um grupo de pessoas divertia-se com o idiota da aldeia. Um pobre coitado tido de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e sobretudo de esmolas. Diariamente, eles chamavam-no ao bar onde se reuniam e ofereciam-lhe a escolha entre duas moedas – uma grande de 50 cêntimos e outra menor, de 1 euro. Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e perguntou-lhe se ainda não tinha percebido que a moeda maior valia menos.
- Eu sei; respondeu o homem que afinal não era assim tão tolo – ela vale metade do valor, mas no dia em que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou ganhar mais nenhuma moeda.
Moral da história:
1ª - Quem parece idiota, nem sempre é.
2ª - Se você for demasiado ganancioso, pode acabar por perder a sua fonte de rendimentos. (a galinha dos ovos de ouro)
3ª - Podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
4ª - O que importa não é o que pensam de nós, mas o que realmente nós somos.
(…)
in, http://relances.blogspot.com/2009/04/o-idiota.html (adaptado)
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Lamego: O Escutismo em Comemoração
No dia 1 de Maio, pelas 22h, no auditório do Salão Apostólico de Almacave, comemoraram-se os 80 anos de Escutismo em Lamego, do Corpo Nacional de Escutas, que aqui teve a sua luz pela mão de Monsenhor Aníbal Rebelo Bastos, em 24 e Março de 1929.
Começou com uma brilhante prelecção pelo Sr. Padre, Dr. João André, que de modo coloquial e dirigindo-se em especial aos escutas, reavivou as virtudes e os valores do escutismo.
Seguiu-se uma acolhedora e intimista sessão de apresentação do livro de António Dias Grancho, “Memórias de um Escuteiro…Do Agrupamento 140”, pela Dra. Isilda Lourenço Afonso que, de uma forma singularmente atractiva e fundamentada, prendeu a atenção dos escutas, familiares e amigos que enchiam o auditório. Do autor, se disse que viveu em Lamego, onde mantém família e amigos e é visita assídua, cidade onde se iniciou como escuteiro (foi Lobito), foi militar, professor de Educação Física no Patronato e Seminário.
Da obra e do seu autor, a Dra. Isilda L. Afonso realçou o seu espírito humanista de quem sempre soube honrar a educação do berço, o seu fino trato e o sorriso contagiante, a formação, os princípios e a nobreza de carácter por que se orientam, igualmente, aqueles que passam (ou ainda pertencem) a esta Escola de verdadeiros Cidadãos – o CNE.
A longa amizade com o autor, levaram-na a transportar-nos a todos até África através da projecção de fotografias da época, fazendo-nos recordar a uns, e vivenciar a outros, a estreita vida familiar e comunitária. A paixão do autor, António Dias Grancho, pelos valores escutistas, que continua a praticar e veicular, não obstante os seus 87 anos, justifica que se traga à colação a afirmação do Rei D. Duarte, no Livro dos Conselhos: “Não deixes de ser a criança que foste”.
Começou com uma brilhante prelecção pelo Sr. Padre, Dr. João André, que de modo coloquial e dirigindo-se em especial aos escutas, reavivou as virtudes e os valores do escutismo.
Seguiu-se uma acolhedora e intimista sessão de apresentação do livro de António Dias Grancho, “Memórias de um Escuteiro…Do Agrupamento 140”, pela Dra. Isilda Lourenço Afonso que, de uma forma singularmente atractiva e fundamentada, prendeu a atenção dos escutas, familiares e amigos que enchiam o auditório. Do autor, se disse que viveu em Lamego, onde mantém família e amigos e é visita assídua, cidade onde se iniciou como escuteiro (foi Lobito), foi militar, professor de Educação Física no Patronato e Seminário.
Da obra e do seu autor, a Dra. Isilda L. Afonso realçou o seu espírito humanista de quem sempre soube honrar a educação do berço, o seu fino trato e o sorriso contagiante, a formação, os princípios e a nobreza de carácter por que se orientam, igualmente, aqueles que passam (ou ainda pertencem) a esta Escola de verdadeiros Cidadãos – o CNE.
A longa amizade com o autor, levaram-na a transportar-nos a todos até África através da projecção de fotografias da época, fazendo-nos recordar a uns, e vivenciar a outros, a estreita vida familiar e comunitária. A paixão do autor, António Dias Grancho, pelos valores escutistas, que continua a praticar e veicular, não obstante os seus 87 anos, justifica que se traga à colação a afirmação do Rei D. Duarte, no Livro dos Conselhos: “Não deixes de ser a criança que foste”.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Vencer a adversidade
Quem perde os seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo.
(Autor desconhecido)
(Autor desconhecido)
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Humor e sensibilidade
O prometido é devido, e o episódio do marinheiro Veloso, descrito por Camões no canto V, merece ser recordado. É uma das poucas estrofes dos Lusíadas que recitei, ao longo dos anos, com humor, em encontros de amigos.
Esta estrofe mostra-nos, por um lado, a camaradagem alegre da vida a bordo e, por outro, a multifacetada capacidade de Camões em fazer humor a par das adversidades da viagem marítima. E que humor fino e de bom gosto!
Esta estrofe mostra-nos, por um lado, a camaradagem alegre da vida a bordo e, por outro, a multifacetada capacidade de Camões em fazer humor a par das adversidades da viagem marítima. E que humor fino e de bom gosto!
Relembrando;
A armada de Vasco da Gama tinha acabado de aportar na ilha de Santa Helena, e o marinheiro Veloso, de espírito aventureiro e gabarola, resolveu sair do barco, sozinho e correr em terra firme, monte acima. Quase de imediato, surge a correr a toda a pressa, perseguido por vários nativos, tendo que ser socorrido e defendido pelos colegas, e recolhido à pressa por um batel.
Já salvos, em alto mar, os colegas gozam com ele dizendo-lhe que tinha sido mais fácil descer o monte do que subi-lo. O marinheiro Veloso não se desconcertou e, com bazófia, logo lhes respondeu que apenas correra à frente dos nativos por se ter lembrado que os companheiros estavam no batel, sem a ajuda dele, para se defenderem.
A armada de Vasco da Gama tinha acabado de aportar na ilha de Santa Helena, e o marinheiro Veloso, de espírito aventureiro e gabarola, resolveu sair do barco, sozinho e correr em terra firme, monte acima. Quase de imediato, surge a correr a toda a pressa, perseguido por vários nativos, tendo que ser socorrido e defendido pelos colegas, e recolhido à pressa por um batel.
Já salvos, em alto mar, os colegas gozam com ele dizendo-lhe que tinha sido mais fácil descer o monte do que subi-lo. O marinheiro Veloso não se desconcertou e, com bazófia, logo lhes respondeu que apenas correra à frente dos nativos por se ter lembrado que os companheiros estavam no batel, sem a ajuda dele, para se defenderem.
Disse então a Veloso um companheiro
(Começando-se todos a sorrir):
– «Olá, Veloso amigo, aquele outeiro
É melhor de descer que de subir...»
– «Sim, é, – responde o ousado aventureiro
–Mas, quando eu para cá vi tantos vir
Daqueles cães, depressa um pouco vim,
Por me lembrar que estáveis cá sem mim.»
(canto V, 35)
(canto V, 35)
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Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal. Era um ladrão que tentava levar os seus pato...