quarta-feira, 20 de maio de 2009

“Alma da Toga”, Osório y Galhardo

“(…) Durante milénios, a defesa das pessoas que, por regra, não tinham capacidade de argumentar a seu favor, foi assegurada por homens respeitáveis e generosos, gratuitamente, sem outra compensação que não fosse o desejo de ajudar os fracos e servir a justiça. Sendo então o direito o produto da vontade ou do capricho do senhor, que assumia, muitas vezes ele próprio, as funções de julgador, esses nossos antepassados tinham de gozar de prestígio social e de crédito moral suficiente para serem ouvidos. Por isso o “advogado” antigo – estou a falar do Egipto, da Grécia, do Império persa e babilónico de há 3/4.000 anos – tinha como apanágio a honra, a respeitabilidade, a compostura e a eloquência, visto não lhes ser exigido o conhecimento do direito. Esse perfil moral continua a ser indispensável, e cada vez com mais rigor, porque a nossa sociedade está a esvaziar-se dos grandes princípios éticos e a mercenarizar a vida, incluindo a advocacia.(…)”
Na Conferência Duas Culturas – O Direito face à Economia, extracto da intervenção, O Advogado e a Sociedade, proferida por António Arnaut, no âmbito das comemorações do Dia do Advogado, Portalegre, 18 de Maio de 2009.

2 comentários:

  1. Meu ilustre amigo, Manuel,
    O Direito, por si só, nos dignifica, porque estudamos para sermos úteis nas dificuldades das pessoas em relação aos limites de uso e aquisição das coisas, conforme as suas necessidades ou, ainda, porque nos fornece um preparo diferenciado que nos permite possuir uma visão maior no campo da argumentação dos fatos cotidianos.
    Enfim, instruimo-nos das divisões e subdivisões das mais diversas possibilidades causídicas que venha um cidadão precisar.
    O Advogado continua com o seu mérito mas não o valorizam como antes, seja pela falta de preparo das pessoas (ensino e educação a desejar), seja pela falta financeira para arcar com o ônus profissional.
    E o estudo do Direito (as leis carecem de atualizações) somente evolui, acompanhando as mudanças sociais. Por outro lado, o mundo se desenvolve num atropelo, sem consideração aos princípios humanos, como canibais famintos, desmedidos de limites.
    Estamos na Era do Tudo Pode Acontecer e do Tudo Posso Fazer, já que o Poder está corrompido e as leis banalizadas, mesmo porque, desatualizadas.
    Um abraço e que a sua semana lhe confira bons momentos,
    Ana Lúcia.

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  2. Descupe-me algum erro no envio (repetição), talvez pela lentidão momentânea da internet.
    PS: Isso é só um aviso e não um comentário...

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