Eleições europeias
Anteontem, os políticos prometiam referendar o Tratado de Lisboa, argumentando ser necessário que o povo exprimisse a sua vontade relativamente ao documento de cariz constitucional, decidindo soberanamente da sua aprovação e ratificação.
Ontem, consideraram não ser conveniente nem necessário ouvir o povo português, e vai daí, abdicaram do referendo e defendendo ser suficiente a aprovação na Assembleia da República pelos senhores deputados, depositários do poder soberano do povo, assim o aprovaram. (Claro, todos conscientes que o povo, quando os elegeu, lhes cometeu tais poderes de representação, por adivinhar que o referendo então prometido na campanha, se não faria.)
Hoje, multiplicam-se em discursos apelando à necessidade da participação do povo português na construção europeia e na eleição dos membros do parlamento europeu.
Só que, tantas vezes foi o cântaro à fonte que alguma vez teria de partir a asa, diz o povo, e o mesmo estará para suceder nas eleições europeias, onde a crer nas sondagens, se poderá registar a maior abstenção de sempre, demonstrando o desencantamento com os políticos e a União Europeia – apesar da presidência do português, Durão Barroso.
Mas eis senão quando, surge o paladino da democracia Carlos César, presidente do Governo Regional da Madeira a tirar o coelho da cartola ao defender a obrigatoriedade do voto eleitoral, para proteger a democracia (isto é, diz-nos ser necessário proteger a democracia dos cidadãos!). Vá-se lá entender tal paradoxo. Repare-se que, ele próprio, governa com maioria absoluta assente em 20% dos votos dos eleitores inscritos na região.
Disse, a este propósito Manuel António Pina, JN, 29/05/09: “Não lhe passa, claro, pela cabeça "proteger" a democracia dos políticos. Obrigando-os, por exemplo (seria um bom começo), a cumprir promessas eleitorais."
Por tudo isto, apetece citar:
Quosque tandem Catilina, abuteris patientia nostra?
(até quando, oh Catilina, abusarás tu da nossa paciência?)
Anteontem, os políticos prometiam referendar o Tratado de Lisboa, argumentando ser necessário que o povo exprimisse a sua vontade relativamente ao documento de cariz constitucional, decidindo soberanamente da sua aprovação e ratificação.
Ontem, consideraram não ser conveniente nem necessário ouvir o povo português, e vai daí, abdicaram do referendo e defendendo ser suficiente a aprovação na Assembleia da República pelos senhores deputados, depositários do poder soberano do povo, assim o aprovaram. (Claro, todos conscientes que o povo, quando os elegeu, lhes cometeu tais poderes de representação, por adivinhar que o referendo então prometido na campanha, se não faria.)
Hoje, multiplicam-se em discursos apelando à necessidade da participação do povo português na construção europeia e na eleição dos membros do parlamento europeu.
Só que, tantas vezes foi o cântaro à fonte que alguma vez teria de partir a asa, diz o povo, e o mesmo estará para suceder nas eleições europeias, onde a crer nas sondagens, se poderá registar a maior abstenção de sempre, demonstrando o desencantamento com os políticos e a União Europeia – apesar da presidência do português, Durão Barroso.
Mas eis senão quando, surge o paladino da democracia Carlos César, presidente do Governo Regional da Madeira a tirar o coelho da cartola ao defender a obrigatoriedade do voto eleitoral, para proteger a democracia (isto é, diz-nos ser necessário proteger a democracia dos cidadãos!). Vá-se lá entender tal paradoxo. Repare-se que, ele próprio, governa com maioria absoluta assente em 20% dos votos dos eleitores inscritos na região.
Disse, a este propósito Manuel António Pina, JN, 29/05/09: “Não lhe passa, claro, pela cabeça "proteger" a democracia dos políticos. Obrigando-os, por exemplo (seria um bom começo), a cumprir promessas eleitorais."
Por tudo isto, apetece citar:
Quosque tandem Catilina, abuteris patientia nostra?
(até quando, oh Catilina, abusarás tu da nossa paciência?)
Menbros do Blog Cogitar,
ResponderEliminarTem um prêmio no meu blog para vocês. Parabéns pelo seu blog.
Abraço,
Marise.
Em Leaves of Grass - "Song of Myself" - Walt Whitman já sublinhava a questão da incoerência humana: "Do I contradict myself?/Very well then I contradict myself, (I am large, I contain multitudes.)" [Whitman, 1983:72].
ResponderEliminarÉ verdade que, no plano da construção da identidade, as contradições são insuperáveis e as virtudes da dimensão multicultural de referências superam (de um modo geral)as desvantagens (porque alargam perspectivas e opções de vida). Todavia, no domínio dos factores que estimulam atitudes de cidadania, designadamente do incentivo ao voto,a coerência é fundamental! E o exemplo tem que vir de cima.Infelizmente, em Portugal, isso quase nunca acontece!
Voto obrigatório? Isso lembra-se o Estado Novo!
Porque será?
No Brasil é utilizado o sistema de Representação Proporcional Partidária, sendo que, na hora de votar, nós escolhemos o candidato mas, na hora da contabilização, o voto é contabilizado por partido no sistema de lista aberta. Para chegamos ao número de votos que um candidato tem que ter para ocupar uma cadeira, temos que dividir o número de votos válidos pelo número de cadeiras. Chegando a esse número, somam todos os votos que um partido obteve e divide pelo número necessário para se obter uma cadeira, o resultado será o número de candidatos que aquele partido conseguiu eleger.
ResponderEliminarP. ex.: Votos válidos: 21.568.202 : 70 (cadeiras) = 308.117
X (votos que um partido obteve) : 308.117 = Y (cadeiras desse partido).
Contudo, o povo já mais do que rebelde com o nosso Governo, vota num Zé Ninguém, sem pé e cabeça, só para não dar ganho aos velhos conhecidos, fazendo muitas vezes, com que este Zé Ninguém ganhe e ainda leve consigo outros de seu partido, tão ruins quanto este próprio. Esse é o problema.
Mas estão querendo mudar esse sistema de votação, devendo ganhar toda a chapa do partido que mais voto recebeu. Nossa, por essa eu não gostaria!! Só de pensar que o Brasil poderá estar no controle de um Zé Povinho Qualquer, é uma lástima. Falando assim, basta o Lula-lá, alegar que não precisa de certificados de estudos para ser Presidente, já que ele possui apenas o primário, se não me engano. Que grande decepção ouvir isso!! Grande incentivo que ele deu aos alunos que, por sinal, seguem o novo regime de serem aprovados a todo o custo, ou seja, está proibida a repetência!!
Esse meu Brasil...!! Há tempos a nossa democracia é manipulada....
Abraços,
Ana Lúcia.
Ana Lúcia,
ResponderEliminarEm Portugal também existem uns cursos de educação e formação (vulgo CEF e EFA) em que os alunos são todos aprovados, aprendam ou não...
Ao que isto chegou!
Gostei muito de conhecer teu belo blog.
ResponderEliminarRepleto de ótimas informações...
Eu adorei...
Parabéns e aplausos!
Voltarei mais vezes...
Deus abençoe sua vida infinitamente.
Beijos de poesias perfumados...
Com ternura,
CelyLua, Amiga e fã do seu blog.
Muito obrigada!