quinta-feira, 16 de abril de 2009

Novos Desafios Educativos e Cidadania Social

"O acontecimento é o resultado de um encontro. Mas nós temos medo do acontecimento. Medo da Mudança, medo do futuro, medo do julgamento dos outros, medo de não sermos capazes. Medo de não estar à altura do acontecimento."
José Gil (2004)
"A liberdade não se realiza fora das instituições sociais e políticas, que lhe abrem o acesso como o ar fresco necessário ao seu desbrochar, à sua respiração e mesmo, talvez, à sua geração espontânea."
Emmanuel Lévinas (1992)
Foi com estas duas citações que a Professora Doutora Isabel Baptista deu início à Conferência Internacional: Novos Desafios Educativos e Cidadania Social. A sua comunicação baseou-se na educabilidade e laço social, em que reforçou que na sociedade actual sofremos "de um excesso de fragmentação, separatismo e segregação social" mas que devemos trabalhar de "coração aberto", com partilha e dádiva, expondo-nos e desejando uma verdadeira comunidade de modo a "acontecer a verdadeira solidariedade".
No Colóquio sobre Hospitalidade que decorreu em Fevereiro, já tinha introduzido o conceito de "vampirismo social"; agora acrescentou que este "prende-se com um tipo de apropriação abusiva ou uso impróprio de verdades produzidas por outros sujeitos da narrativa, em função dos «apetites de alteridade» indiferentes à dignidade ontológica e cada ser".
"O que é feito da «palavra de honra» e da confiança atestada na franqueza de um parto de mão ou através de um sorriso cúmplice? O que poderemos fazer para contrariar este tipo de condutas parasitas e vampíricas que, envenenando a vida social, hipotecam a posibilidade de relação efectivamente solidária?"
A conclusão da palestrante é muito simples e clara: "proximidade" e "justiça"...
Tivemos também o prazer de ouvir as comunicações deveras interessantes de: Mariana Barbosa da UCP do Porto; Milena Santerini da UC del Sacro Cuero de Milano de Itália; Ana Sofia Azevedo e Paulo Magalhães da UCP do Porto; Peter Reyskens da Katholicke Universiteit Leuven da Bélgica; Jorge Lucas da Universidad Pontificia Comillas de Madrid e Bertrand Berger da Université Catholique de l' Ouest de França.
"A missão da educação é contribuir para que cada ser humano aprenda e assuma a condição humana, aprenda a viver com os outros, a tornar-se cidadão, pleno de direitos e de deveres, membro de uma comunidade. É aí, na comunidade, que cada um é chamado a ser solidário e responsável. É neste contexto que se inscreve a «aprendizagem social»."
Joaquim Azevedo (2007)

1 comentário:

  1. Efectivamente, ser cidadão hoje, não é apenas ter na sua esfera jurídica e social, o direito à vida, à liberdade, à igualdade perante a lei, à propriedade e ver-lhe respeitados os demais direitos fundamentais. Passa ainda por exercer uma participação activa no destino da sociedade e a sua organização política e económica, da educação à saúde, usufruindo plenamente os direitos civis e políticos do cidadão comprometido e responsável.

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