Papa diz que calendário cristão é baseado em erro de cálculo e Presépio não tinha animais.
Ideia é defendida por Bento XVI no último livro da trilogia "Jesus de Nazaré", publicado ontem.
Alessandro Bianchi/Reuters
O erro sobre o ano de nascimento de Jesus Cristo utilizado para o início do calendário cristão terá sido cometido no século VI pelo monge Dionysius Exiguus, defende o Papa Bento XVI no último livro da trilogia "Jesus de Nazaré", ontem publicado.
"O cálculo usado para o princípio do nosso calendário - baseado no nascimento de Jesus - foi efetuado por Dionysius Exiguus, que se enganou nas suas estimativas em alguns anos", refere o Papa no seu novo livro, dedicado aos primeiros anos da vida de Jesus.
A Bíblia não refere uma data específica para o seu nascimento e Dinosysius Exiguus parece ter baseado as estimativas nas referências vagas quanto à idade com que Jesus começou a pregar e ao facto de ter sido batizado durante o tempo do Imperador Tibério.
Jesus pode ter nascido entre o ano 6 e 4 a.C.
Além da data, o Papa contesta também a existência de animais na cena bíblica do nascimento de Jesus, conforme é habitualmente reproduzida nos presépios de Natal, e reafirma a virgindade de Maria como uma verdade "inequívoca" da fé.
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OPINIÃO DESCOMPROMETIDA
Acredito que hajam elementos históricos que permitam opinar sobre a data certa do nascimento de Cristo. Acredito que aqueles ou outros documentos históricos permitam reconstituir o lugar e ambiente do nascimento. Mas, juntar a esse estudo de investigação e pesquisa académicos, sem dúvida de relevar e aplaudir, um "inequívoco" acto de fé, como o é, diz o Papa, a virgindade de Maria, é desvirtuar e desvalorizar as conclusões do estudo e trabalho publicado.
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