É verdade que não ouvi as recentes más notícias da boca do sr. primeiro ministro (as recentes, pois já antes houve más medidas e notícias desagradaveis), e as que hoje fui ouvindo, por interpostas pessoas, deixam-me muitas perplexidades e muitas dúvidas.
Não vou falar da conformidade constitucional, pois disso, já outros mais capacitados, botaram faladura. A minha principal dúvida assenta na prenda, bónus, recompensa, juro, lucro, vantagem, bonificação, prémio, dote, dádiva, recompensa, favor, presente, donativo, oferta, distinção .... que foi dada aos senhores empresários, às entidades patronais.
Não entendo, faço um esforço e continuo sem perceber. Claro que o problema pode ser meu, pois concedo que o sr. chefe do governo, até possa ter explicado tudo e muito bem, só que não o ouvi, como disse.
Entendam, Lamego estava em festa e só muito masoquismo me faria preterir as cantigas ao desafio, os bombos e os gigantões a prostar-me no sofá e a flagelar-me com as más novas.
Por isso, peço aos meus amigos, que o ouviram, que me ajudem a perceber a razão da redução da contribuição das Entidades patronais para a Segurança Social (a chamada TSU).
É que, depois de vários "livros brancos" o governo já disse (tal com os anteriores) que a Segurança Social está descapitalizada e, a breve prazo, não terá fundos suficientes para manter os pagamentos das futuras pensões que terão (ainda mais) cortes substantivos.
E, que a sua principal fonte de receita são as contribuições dos trabalhadores e das suas entidades patronais.
Ora, as EP vão passar a contribuir menos (7%, parece), sem qualquer discriminação positiva. Isto é, todos os "patrões" (todos os que empregam), os só importem, só exportem ou nem uma coisa nem outra. A mim, por exemplo, o governo resolveu dar-me uns tostões na TSU da funcionária de casa e na do escritório (são tostões pois só são duas trabalhadoras). Agora, para os grandes empregadores vão ser milhões que íam para a S.S. e com essa medida ficam parte na sua continha no Banco e outra para distribuir entre os seus admnistradores e engrossar as suas participações e contas nos off shores.
Bom, valha-nos outros mais pródigos, que têm por hábito, fazer movimentar a economia logo que têm uns lucros fáceis, comprando uns ferraris para a filha ir para a faculdade (foi o primeior acto de comércio que um amigo me deu a conhecer).
Estou a ver, e os meus amigos também verão se fecharem bem os olhos, o sr. Belmiro de Azevedo e o Jerónimo Martins a decidirem criar mais uns quantos empregos - com todo o dinheiro que o governo lhes vai por nas mãos - nos seus hipermercados de hiperlucros, pensando no aumento de consumo que se vai verificar devido à diminuição dos salários e aumentos dos impostos (descontos para a S.S. que passaram para os trabalhadoes).
Vai ser um criar de empregos que só visto. Esperem para ver.
Vai ser um aumento das exportações (de capitais, só pode). Esperem para ver.
JÁ SE ADVINHAVA!
ResponderEliminarEmpresários dizem que descer a TSU não vai criar emprego
"As empresas contratam pessoas quando precisam, não vão faze-lo por causa desta medida. Isso é completamente irrealista", disse ao Dinheiro Vivo o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).