segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Uma questão de comida

Leio diariamente os artigos de opinião de António Maria Pina, na última página do JN, pela sua pequena extensão não maçam e têm sempre uma dose de crítica mordaz e humor sublimado. O de hoje vai na mesma linha despertando um sorriso à medida que se lê. Reproduzo parte dele:

"Corrupção e gastronomia
30 Novembro 2009

Depois de ... ter falado aos jornalistas à porta do Tribunal de Instrução Criminal de Aveiro, onde prestou depoimento durante oito horas, ficou a saber-se que o seu envolvimento no caso "Face Oculta" é apenas um infeliz equívoco e que, ao contrário do que resulta da investigação do MP e da PJ, não terá recebido 10 mil euros do principal arguido mas, sim, uns robalos (a princípio ainda se percebeu "roubá-los", mas tratava-se, na realidade, de inocentes robalos).
(...) A Justiça deixara de ser cega; não se imaginava é que ficara surda a ponto de confundir "10 mil robalos" com "10 mil euros".
Não é, aliás, a primeira vez que a Justiça confunde produtos alimentares com corrupção e tráfico de influências. Já no caso "Apito Dourado" onde, nas escutas, os arguidos falavam de fruta, a Justiça ouviu "prostituta".
Por este andar, não custa a crer que o caso "Furacão" se resuma (se não, veremos) a um cozido à portuguesa e o dos submarinos a uns peixinhos da horta.
E que descubramos todos com alívio que, afinal, não há corrupção em Portugal, come-se é bem."

4 comentários:

  1. Optimo post! Parabéns!
    Realmente há algo por fazer para que a corrupção seja apurada de forma eficaz e decisiva.
    Beijinhos.

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  2. Aparentemente, trata-se de défice auditivo... Resolve-se com a aquisição de um aparelho...
    Abraço.

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  3. Obrigado Martinha. Acredito que corrupção existe em qualquer país do mundo, embora, de certeza, mais nuns do que noutros. O último estudo que alguns organismos internacionais fazem sobre o tema não nos deixavam muito bem colocados. Enfim!
    Austeriana, bem apanhado! Na verdade, pode ter sido um problema de audição e então só com o aparelho. Mas também pode ter sido um problema de dicção ou pronúncia que pode levar uma paronímia. Pode ser ... nada e pode ser tudo. Estes jornais não falam do Zé da esquina que roubou as galinhas ao vizinho! E era bem mais interessante e, porventura, com mais humor.

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  4. Manel,
    Não posso concordar mais contigo. Os media estão a enveredar por caminhos insuportáveis e isso, além de lhes retirar credibilidade, leva, cada vez mais, a que as pessoas se inibam de intervir civicamente. Vamos acreditar em quê e/ou em quem?
    Abraço.

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