Uma equipa de investigadores da Rotman School of Management, da Universidade de Toronto, Canadá, concluiu que as decisões éticas são mais intuitivas que racionais.
Habituados a pensar que a ética implica a razão, e que é um atributo humano livre de emoções, os investigadores constataram que quando realizamos qualquer acto pelos outros somos mais generosos se nos deixamos levar pelos nossos sentimentos, do que se nos detivermos a pensar no que vamos fazer.
Altruísmo e linguagem
Numa experiência, foram feitas dois tipos de perguntas aos participantes:
- “que quantidade de dinheiro decidiriam doar?” ou
- “que quantidade de dinheiro gostariam de doar?”
Perante uma mesma situação altruísta. Esta leve diferença na forma de perguntar, levou a atitudes mentais diferentes, com resultados diferentes: o grupo a quem se perguntou que “decidisse” quanto dinheiro dar, doou muito menos dinheiro que o grupo que doou em função dos seus próprios desejos ou sentimentos.
Concluindo os cientistas que os processos de deliberação tendem a orientar os nossos actos na prossecução de resultados tangíveis, reduzindo tanto as emoções como a compaixão.
A moral não é fruto da razão
O papel da razão consciente foi sempre associado a uma ética superior: Platão, na Antiguidade, e outros pensadores dos séculos XVII e XVIII, como Cudworth, Cumberland ou Clarke, defendem que as decisões morais são fruto da razão.
Contudo, estes investigadores dizem agora na revista Journal of Business Ethics, que o tempo para pensar aumenta a consciência moral do que se decide e, portanto, a tendência para escolher soluções mais éticas. Para eles, parece que quanto maior é o tempo de deliberação menos éticas são as nossas decisões.
Contudo, estes investigadores dizem agora na revista Journal of Business Ethics, que o tempo para pensar aumenta a consciência moral do que se decide e, portanto, a tendência para escolher soluções mais éticas. Para eles, parece que quanto maior é o tempo de deliberação menos éticas são as nossas decisões.
Ética compensatória
Por outro lado, os que realizaram uma primeira acção de alto conteúdo ético, comportaram-se de maneira significativamente menos ética nas actuações posteriores e, vice-versa, isto é, os que inicialmente foram pouco éticos, seguiram um comportamento muito mais ético nas decisões seguintes.
Sem comentários:
Enviar um comentário