sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

2º cogito

A ÉTICA E VALORES QUE PARTILHAMOS
Existe cada vez mais sedimentada a ideia de que é frequente a falta de ética e de valores na nossa sociedade. Essa ausência de valores e de ética nos procedimentos, reflecte-se não só na filosofia de vida que norteia a nossa prática quotidiana, mas de modo geral na sociedade, como um todo, nas mais variadas esferas: política, industrial, comercial e social.
A honra e a palavra dada, outrora instrumentos fidedignos, surgem hoje como construções arcaicas. De um modo geral, a ética, a cultura e os valores cairam em total desuso nas práticas dos cidadãos, não obstante se continuarem a empregar no contexto da mensagem escrita.
Releva-se o poder do dinheiro e da influência pragmática em detrimento dos saberes fundamentados. Impera a busca individual de vantagens enquanto, simultaneamente, cresce a consciência social da impunidade gozada pelos poderosos.
Antes a família e a escola eram tidas como os pilares e sustentáculo da ética e dos valores agregadores da sociedade. Hoje, são vistas como simples reflexos passivos da sociedade em geral.
Ora, sempre tive para mim que malbaratar princípios pode ser feito num ápice, num processo célere e socialmente inconsciente, enquanto que a assumpção consciente, a prática, a defesa da ética procedimental e dos valores, só a muito custo e após muito tempo pode ser reversível.
Urge por isso, quanto antes, que a população tome consciência dessa ausência de critérios éticos na vida do dia a dia. Urge que aquelas instituições basilares, família e escola, sejam acarinhadas e dotadas mecanismos específicos de educação ética.
Formular uma educação ética e de valores não é fácil. Os Estados democráticos autoritários, o proselitismo das religiões, o laicismo por oposição, e as solicitações das economias actuais, constituem factores que dificultam essa formulação, mas não se pode desistir de buscar um caminho para formar a consciência da juventude, alicerce de uma sociedade de justiça e liberdade.
Aquele é um trabalho colectivo. Individualmente, tente cada um fundamentar a sua conduta na integridade, na responsabilidade e no respeito pelos outros. O primeiro princípio será estar em conformidade, em qualquer lugar e circunstância, com as leis, regulamentações, os usos e os costumes, ligadas às nossas actividades, deste modo, estaremos a fazer o percurso necessário da Ética em geral à "nossa ética" particular.
Manuel Monteiro Afonso

2 comentários:

  1. Vim hoje visitar o "cogitar" e não é que nada acontece por acaso! fui hoje novamente arrebatada com um boato, que mais do que magoar, abala as minhas convicções: verdade, trabalho, empenho, entre outros. Como é que arranjamos forças quando pessoas incultas (pq não podem ter outro nome) em vez de valorizarem o que se faz de Bem, apenas se agarram ao que pode fazer de mal.
    Obrigado Dr. Manuel por esta lição de ética que muitos deveriam de ouvir e ler.

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  2. Dra. Cristina,
    Não leve a peito os boatos pois apenas têm a virtualidade de ofender e, quem não é vertical ao ponto de assumir as suas opiniões ou actos, não é merecedor de atenção. As nossas convicções assentam num percurso que é muito próprio e testemunham o labor dos nossos antepassados na formação da família, sendo o nosso património maior. Não se deixe abalar, existe e existirão sempre seres invertebrados que apenas vêm mal nas actuações dos outros.
    O blog é uma pequena aventura, incipiente, no universo das potencialidades da informática. Não passa de experimentação.
    Quanto ao texto, não passa também de uma breve reflexão sobre o comummmente aceite, mas eitado.
    Muito obrigado pela visita.

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Continuam a lançar os dados.....