terça-feira, 24 de novembro de 2009

A natureza

A Terra é Sagrada

A propósito de mais uma medida da terra do "tio Sam", que deixo infra, relembro a Carta do chefe Seattle em 1854 ao grande chefe branco de Washington, quando em 1854, o Presidente dos Estados Unidos fez uma oferta de compra de uma grande extensão de terras índias. A resposta do Chefe índio, que ficou célebre, foi a seguinte.

Como se pode comprar ou vender o firmamento, ou ainda o calor da Terra?
Tal ideia é-nos desconhecida. Se não somos donos da frescura do ar nem do fulgor das águas, como poderão vocês comprá-los?
As florestas perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os húmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencentes à mesma família.
Por tudo isto, quando o Grande Chefe de Washington nos envia a mensagem de que quer comprar as nossas terras, está a pedir-nos demasiado.
Só de ver as vossas cidades entristecem-se os olhos do Pele Vermelha. Não existe um lugar tranquilo nas cidades do Homem Branco, não há sítio onde escutar como desabrocham as folhas das árvores na Primavera ou como esvoaçam os insectos.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.

Texto (adaptado) divulgado pela UNESCO e cedido por esta entidade a Júlio Roberto, que o inseriu no seu livro Poema Ecológico - Texto Editora



De quem é a Lua e a água da chuva?

Aprendemos nas universidades de Direito as noções de bem público, privado e universal. Sabemos, também, que os direitos, aquelas noções e as leis se acomodam às épocas e espaços e, que por vezes nos surpreendem de tão vanguardistas estas alterações surgem.

O que sucedeu no Colorado, Utah e Washington é um desses casos que nos deixam pasmados, então não é que determinados grupos de interesse, junto do poder, conseguiram a proeza inaudita de verem decretada como propriedade do Estado a água que cai do céu, sendo ilegal o seu armazenamento!
(Já estamos a ver o negócio da água e a guerra com as caleiras do meu telhado.)

5 comentários:

  1. Notável a carta/resposta do chefe Seattle!
    Um vómito (perdoe o termo) o que sucedeu no Colorado, Utah e Washington! Como é possivel!?

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  2. Não tenho palavras para comentar este texto.
    Simplesmente, ADOREI todas as verdades que estão escritas.
    Bjo
    Áurea

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  3. Áurea, o texto que "postei" está muito cortado, mas no seu todo é efectivamente uma obra-prima.
    Bjos

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  4. Carlos, não há dúvida que o homem querendo tudo regular e em tudo pretender ganhar uns trocados, chega a estes absurdos.
    Bom, por cá já ouvi falar em privatizar a água. Mais, algumas autarquias colocariam toda a exploração, condução e fornecimento da água na responsabilidade e propriedade de empresas particulares. Mesmo a que jorra hoje das fontes "públicas" passaria para o domínio privado com a responsabilidade de as manter a deitar água potável, água que seria depois "contabilizada", isto é, vendida por aqueles às autarquias.
    Isto não é ficção, a acreditar no que já ouvi, nem sequer futuro longínquo.
    Um abraço

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  5. Guadei nos meus favoritos, porque é maravolhoso.
    Obrigado
    Áurea

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